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Para Refletirmos

O pensamento comunista me trás sentimentos de profundo amor. É como as gotas de chuva para as plantas depois de um longo período de estiagem: vem para purificar e dar lugar a nova estação.

Miriam Pacheco S. Seixas

sábado, 9 de maio de 2009

Resumo Crítico

A prática do tempo na escola

Pensemos no tempo e seu papel na educação no período da Idade Média, onde o aprendizado era constante, havia apenas a correria da vida cotidiana e com ela se realizava o conhecer o seu mundo, sua língua, sua cultura. Não havia horário de começar ou de parar de aprender.

O tempo, como o conhecemos, é um fator recente para a aprendizagem, surgiu junto ao advento do capitalismo. Nasceu na escola como aliada dos interesses da indústria. A partir de então, a escola precisava ensinar a “economia” do tempo, ou melhor dizendo, realizar determinadas tarefas sendo medidas pelo foco do relógio, tempo cronometrado, a pontualidade na realização das tarefas. “Nas escolas metodistas inglesas de princípios do século XIX, a primeira coisa que aprendiam os alunos era a pontualidade. Uma vez entre seus muros, a disciplina escolar assemelhava-se muito à militar:” (Enguito, 117)

O superintendente fará soar de novo a campainha, e então a um movimento de sua mão, toda a escola levantar-se-á a um só tempo de seus assentos; a um segundo movimento os escolares se voltam; a um terceiro se deslocam lenta e silenciosamente ao lugar designado para repetir suas lições, e então ele pronuncia a palavra “Começai” (...) (Thompson, 1967:85).

Pela mesma época, Bally propunha o seguinte horário para a escola mútua: 8:45, entrada do instrutor, 8:52, chamada do instrutor, 8:56, entrada das crianças e oração; 9:00, entrada nos bancos; 9:04, primeira lousa, 9:08, fim do ditado, 9:12, segunda lousa, etc. (Foucault, 1976: 154)

Podemos perceber que o tempo na escola não mudou. O tempo é determinado para o aprendizado de cada disciplina. Soa o sino muda-se o foco do ensino da aritmética, passa-se para algum tema de ciências, soa novamente para de pensar ciências e começa a pensar geografia. A jornada escolar continua formando um “exército de bons trabalhadores”, determinados a cumprir a carga horária empresarial. A partir daí podemos ter uma visão geral do que tem sido a nossa sociedade e sua visão sobre o tempo.

Conclusão do texto – Tempo: Na Escola se assemelha com a Fábrica

Para Platão, sobretudo no diálogo chamado Timeu, o tempo é “imagem móvel da eternidade” que se desenvolve . Vemos que o homem emprega ao verbo a noção de tempo, indicando estado, ação ou processo.

A percepção do tempo muda de acordo com o que pensamos sobre ele. Se pensarmos com a visão da mitologia grega, aceitaremos Cronos como o responsável pela ciência do tempo. No período medieval o homem regulava o tempo através das estações do ano, dividia o tempo entre dia e noite. Já na era moderna, vemos a figura do tempo através do relógio. A escola consegue mudar esse espectro sobre o tempo, cada disciplina imprime sua cientificidade sobre o tema. Na geografia o tempo no olhar da cosmologia; nas ciências, a apreciação dos ciclos sazonal ou ciclos da vida; na matemática, estima-se os números; na língua portuguesa, a afeição pelos tempos verbais. Mas nem por isso a escola deixa de praticar o tempo corriqueiro da vida moderna, com horários pré-definidos para cada disciplina, desvinculando assim a visão de cada um desses tempos escolares.

O tempo da escola é o mesmo de uma fábrica, a execução das tarefas escolares são como que no regime fabril. Realizar suas obrigações no horário marcado pelo relógio, cumpri-se tarefas metodicamente, não precisa pensar – para facilitar o trabalho, assim como na fábrica existe o manual, na escola existe a cartilha, tudo já esta registrado lá, basta segui-lo –; bate o sino, é hora do intervalo, curto tempo para a descontração, depois, volta-se para a monótona tarefa até chegar o final do árduo horário. Um dia de trabalho bem difícil, tanto para operários, quanto para os alunos. O tempo tem sido assim na fábrica e também na escola.

A prática social da escola tem sido um papel de exclusão das pessoas que não se enquadram na medida de tempo do capitalismo, são os alunos denominados como lentos. A escola ocupa-se com a emolduração dos futuros empregados de grandes empresas, perde assim seu caráter educacional, educar para a prática social.

Referências Bibliográficas

Apostila: ENGUITO, Mariano F. – A Face Oculta da Escola: Educação e Trabalho no Capitalismo – Artes Médicas.

MICROSOFT, Enciclopédia Encarta. 1999. CD ROM

18 de novembro de 2006.

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