Por Miriam Pacheco
Sou veleiro em alto mar,
minhas regras é bater de encontro a maré.
Mar agitado e violento,
rebenta na costa e no porto,
tentando extrair-me a proa.
Engana-se o mar que assim acredita,
sou veleiro fantasma,
já muito séculos,
estou mergulhada,
em águas profundas.
Naúfrago nessa águas revoltas.
Se de tristeza sofro, assombro.
Se de alegria vivo, acalmo teu coração.
ó água, que tanto revoltas?
Tu, esbravejas à toa,
minha proa aguenta muito mais.
Sou mais veloz com a língua e as letras.
Tu ó água quando vê meu espectro se apavora,
volta na praia agora mais tranquila.
Água insalobre,
se tu fosse ao menos pura de verdade,
mataria a sede por justiça
de milhões neste mundo virtual,
que são mais naúfragos que navegantes.
Como sou um veleiro,
mentiras não me assustam.
Verdades são sempre maiores,
no coração de uma mulher comunista.
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