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Para Refletirmos

O pensamento comunista me trás sentimentos de profundo amor. É como as gotas de chuva para as plantas depois de um longo período de estiagem: vem para purificar e dar lugar a nova estação.

Miriam Pacheco S. Seixas

quinta-feira, 4 de junho de 2009

“O Filho da Faxineira”

Veja mais do trabalho deste artista no blogger: www.tracodeguerrilha.blogspot.com/

"Desligar a TV e colocar o livro nas mãos de uma criança será sempre salva-la do caos das inutilidades televisivas."


Sua vida consistia em ir ao colégio e passar o resto do dia em frente á televisão até o escurecer, quando sua mãe chegava exausta das casas onde fazia faxina. Suas notas eram péssimas. E ai levando a vida, embora apertada, sem sobressaltos, mas também sem objetivo.


Um dia, porém, a vida desse menino mudou para sempre; foi quando sua mãe desligou o aparelho de televisão. Algo havia chamado a atenção dela nas casas onde fazia faxina: livros. Naquele dia decidiu e transmitiu a seus filhos a visão de que iriam ser alguém na vida. Passariam a ter uma programação diária de leitura de livros. A reação foi um misto de resistência e indiferença, já que o único livro da casa era apenas uma Bíblia, nada mais que emblema que os identificava como cristãos. A mãe, então, o levou aos livros da biblioteca pública da cidade. E aí começou seu interesse pela leitura, a partir de assuntos que mais o interessavam.


Tornou-se uma experiência bem diferente da televisão. As imagens se formavam na sua mente, e não adiante de seus olhos, e ele podia revê-las quantas vezes quisesse; bastava virar uma página. Passou a ser capaz de absorver mais informações – e mais rápido – por meio das palavras impressas do que de sons ou imagens. Começou a ganhar conhecimento e até os professores também perceberam isso.

Quanto à televisão, sua mãe acabou cedendo – um pouco. Mas a telinha não era mais um mundo para ele, apenas uma recreação ocasional.


Esse menino tornou-se adulto. Que tal ouvir seu depoimento?* - “Hoje sou chefe do Departamento de Neurologia Pediátrica, do Centro Infantil do Hospital Johns Hopkins, em Baltimore. Às vezes ainda não acredito no rumo que minha vida tomou: e aluno fraco e indiferente numa escola pública de Detroit a bolsista da Universidade de Yale, aluno da Escola de Medicina da Universidade de Michigan e, finalmente, esta posição, que me transporta pelo mundo inteiro ensinando e realizando cirurgias delicadas. Mas sei quando essa viagem começou: no dia em que mamãe desligou o aparelho de televisão e nos levou à biblioteca”.


(*) Testemunho do Dr. Bem Carson, em Seleções do Reader’s Digest, de maio de 2001.


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